Malária grave em Angola: perfil clínico

  • Publicado em:
  • 21 de Abril de 2025

Malária grave em Angola: perfil clínico e evolução da doença entre adultos de uma área de baixa endemicidade. Antecedentes/objetivos:  A malária grave representa uma preocupação significativa de saúde pública em Angola, particularmente entre adultos. Este estudo avaliou as manifestações clínicas e os resultados da malária grave por Plasmodium falciparum em pacientes adultos internados no Hospital Central Dr. António Agostinho Neto de Lubango (HCL), Angola.

Título: Malária grave em Angola: perfil clínico e evolução da doença entre adultos de uma área de baixa endemicidade

Antecedentes/objetivos:  A malária grave representa uma preocupação significativa de saúde pública em Angola, particularmente entre adultos. Este estudo avaliou as manifestações clínicas e os resultados da malária grave por Plasmodium falciparum em pacientes adultos internados no Hospital Central Dr. António Agostinho Neto de Lubango (HCL), Angola.

Métodos: O estudo revisou retrospectivamente os prontuários médicos de pacientes com mais de 14 anos internados com malária grave durante o primeiro trimestre de 2021 e 2022, coincidindo com o pico da temporada de transmissão. Os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) foram usados ​​para esclarecer a gravidade da doença. A coorte incluiu 640 pacientes - 167 em 2021 e 473 em 2022 - distribuídos pelos seguintes departamentos: Unidade de Terapia Intensiva (UTI; n = 81), Medicina (MED; n = 458) e Infectologia (INF; n = 101).

Resultados: A idade média foi de 26 anos e 59,4% eram homens. A insuficiência renal foi a manifestação grave mais frequente, afetando 37,4% dos casos. A taxa de mortalidade durante o período do estudo foi de 7%, mostrando uma redução notável de 10,2% em 2021 para 5,9% em 2022. A maior taxa de mortalidade em 2021 pode refletir o impacto da pandemia de COVID-19, que limitou o acesso hospitalar e atrasou o atendimento, resultando em casos mais críticos sendo admitidos em um estágio posterior. Em 2022, com a redução das pressões da COVID-19, o acesso mais precoce ao tratamento pode ter melhorado os resultados, contribuindo para a menor taxa de mortalidade.

Conclusões: Este estudo enfatiza a necessidade de avaliar a carga clínica da malária grave em regiões de baixa endemicidade, onde padrões de mudança podem sinalizar ameaças emergentes, como resistência a medicamentos antimaláricos. Mais pesquisas são essenciais para otimizar as estratégias de controle e fortalecer os sistemas de vigilância, reduzindo a morbidade e a mortalidade.

Palavras-chave: Angola; Plasmodium falciparum; consciência prejudicada; insuficiência renal; malária grave.